terça-feira, 3 de março de 2009

Gestão e Liderança - Ano I - Número 1 - Fevereiro de 2009

A Gestão do Conhecimento no mundo moderno

O que é, o que é ? Quanto mais eu compartilho, mais eu tenho ... Quantos mais usarem, maior o valor ... Acertou quem disse: conhecimento, considerado o bem mais valioso do mundo moderno e o principal fator de produção do século XXI. O conhecimento possui uma lógica econômica que difere radicalmente de todas as outras, pois não segue a teoria da escassez, e sim, a da abundância. Segundo o guru da administração, Peter Drucker, “os grandes ganhos de produtividade, daqui para a frente, advirão das melhorias na gestão do conhecimento” . Especialistas afirmam que, no mundo atual, o conhecimento gera cerca de 55% da riqueza mundial.
Vejamos alguns exemplos interessantes: a banana Sigatoga amarela tem exatamente o mesmo sabor da banana tradicional. Entretanto, é 20% maior e amadurece 3 meses antes que a original, além de ser possível produzir 70% a mais de fruta por hectare. As latas de alumínio, por sua vez, são 20% metal e 80% tecnologia. Gastam menos energia e menos matéria-prima para serem produzidas, pois são 80% mais finas do que as primeiras latas que surgiram para armazenar cervejas, refrigerantes e similares. Isto sem falar no poder de manter o valioso líquido de seu interior gelado por muito mais tempo! O que têm a banana Sigatoga e a lata de alumínio em comum é o uso intensivo do conhecimento e da inovação nas atividades produtivas modernas.
As transformações estão se dando em tamanha intensidade e tão rapidamente que ninguém duvida que já vivemos na chamada “Sociedade da Informação e do Conhecimento”. Alguns especialistas não temem em dizer que já vivemos em uma Economia do Conhecimento. Neste tipo de economia, a produção é flexível, acontece em tempo real e valoriza os ativos intangíveis, ao contrário da produção em escala, de longo prazo e de ativos tangíveis da Economia Industrial, reinante até bem pouco tempo atrás.
Mas, com certeza, a maior transformação está acontecendo no perfil das pessoas no mercado de trabalho. O profissional especialista da Economia Industrial está sendo substituído pelo trabalhador do conhecimento, um ser polivalente, que deve ser especialista e generalista ao mesmo tempo. Ambas as características são desejáveis em uma só pessoa, pois ela deve conhecer muito de sua área, onde teve sua formação específica, mas deve também ser possuidor de uma ampla cultura geral e domínio de áreas afins à escolhida. Sua principal tarefa é pensar e suas principais habilidades são mentais. Seu poder não está nos músculos, mas sim em seu cérebro. Seu processo de trabalho é não-linear e, além de utilizar intensamente as informações disponíveis, cabe a ela também criar novas informações e conhecimento.
Todas estas mudanças acarretam também alterações importantes no papel do líder ou da pessoa que deve gerenciar estes novos trabalhadores do conhecimento. Aliás, dizem que não “gerencia-se” pessoas, mas “lidera-se” as mesmas. O objetivo passa a ser então tornar produtivos as forças internas e o conhecimento específico de cada trabalhador. Para encerrar, sugiro uma reflexão, a partir de uma frase muito interessante, de autor desconhecido, encontrada em uma oficina mecânica de uma cidade do interior:

“Prática é quando tudo funciona e ninguém sabe por que. Teoria é quando nada funciona, mas a gente sabe por que. Neste recinto, se conjugam teoria e prática: nada funciona e ninguém sabe por que”.

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