quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Filosofia & Cia - Ano I - Número 1 - Janeiro de 2009

O Início da Jornada : QI , QE e Filosofia

Não é novidade para ninguém que um certificado ou diploma, seja ele de nível médio, técnico ou superior, já não é garantia nenhuma de emprego ou de colocação profissional neste mundo globalizado. Hoje em dia, espera-se mais de um candidato a um emprego do que o simples fato de portar um canudo. Espera-se dele um alto QI, muito conhecimento a respeito do trabalho a ser desempenhado e também uma boa dose de QE. Mas o que são afinal estes tais QI e QE ?

Vamos definir estes termos para uma boa compreensão do assunto e para podermos continuar com o nosso raciocínio. De maneira simples e bem humorada, podemos dizer que o QE é o irmão mais novo do bom, velho e já bastante conhecido QI .

QI é a sigla que representa o Quociente de Inteligência de uma pessoa, que pode ser definido como “a medida obtida por meio de testes desenvolvidos para avaliar as capacidades cognitivas (inteligência) de um sujeito, em comparação ao seu grupo etário” (Wikipédia, 2008). O teste de QI não indica exatamente quanto uma pessoa conhece de um assunto ou área do conhecimento, mas mede um conjunto de habilidades que correlacionam fortemente aptidões acadêmicas e produção intelectual. Deve-se, porém, atentar-se para o fato de existirem pessoas com poucos anos de estudo e com um QI considerado alto, mas este não é o assunto a ser tratado neste momento. O que importa agora é entender que um alto QI está diretamente relacionado com uma (possível) maior capacidade de aprendizagem e, consequentemente, um conhecimento mais aprofundado de um assunto específico ou de uma área do conhecimento.

Importante também salientar que há algum tempo (e talvez não seja tanto tempo assim!) o fato de uma pessoa possuir um diploma de um curso superior, por exemplo, era sinal de que ele tinha grandes e profundos conhecimentos sobre um assunto ou uma área do conhecimento. E isto já bastava para que ele fosse contratado por uma grande empresa!

Hoje os tempos são outros. Além de provas de conhecimentos específicos, relativos à área a que pleiteia o cargo, um candidato a um emprego necessita realizar uma bateria de outros testes, entre eles, testes psicológicos e dinâmicas de grupo, além de passar por entrevistas individuais com gerentes e outros profissionais especializados. Isto tudo para “tentar perceber” o QE do candidato.

QE é a sigla que representa o quociente emocional de uma pessoa. Envolve o conceito de inteligência emocional proposta por Daniel Goleman e que pode ser vizualizada nas inteligências intra-pessoal e inter-pessoal, propostas por Howard Gardner. Trocando em miúdos, o quociente emocional de uma pessoa diz respeito às suas características pessoais e a forma de relacionamento com outras pessoas e a comunidade que a cerca. O QE não pode ser medido por testes similares ao teste de QI, mas pode-se tentar percebê-lo através de entrevistas e, principalmente, através de atividades e dinâmicas onde se reproduz um ambiente cotidiano ou o ambiente de uma empresa, por exemplo, para se captar características intrínsecas da personalidade de uma pessoa.

Podemos então, finalmente, retornar ao início desta coluna, fazendo a seguinte pergunta: que diabos a filosofia tem a ver com tudo isto? A resposta é: tudo a ver! A partir do momento em que são cada vez mais exigidos das pessoas (candidatos a vagas de emprego, funcionários e chefes de forma geral) atributos comportamentais positivos como trabalho em equipe, trabalho sob pressão, pontualidade, simpatia, bom humor, empatia, entre vários outros, um maior conhecimento de seu ego, o discernimento de seu papel na sociedade e o espírito crítico a respeito das coisas e das pessoas farão a diferença a favor ou contra esta pessoa.

O objetivo desta coluna mensal em um Jornal de Filosofia é justamente trazer à tona pensamentos de filósofos e estudiosos, muitos deles nascidos há centenas de anos atrás e mostrar como, em sua grande maioria, são aplicáveis ao mundo de hoje e às relações que mantemos com nossos semelhantes. A idéia é falar sobre educação, carreira, emprego, liderança, relacionamentos entre colegas de uma mesma empresa e o quase sempre conturbado relacionamento entre chefes e empregados, sempre à luz de filósofos e pensadores consagrados. Por isto, desde que recebi esta incumbência de meu amigo xará MPR (a quem agradeço publicamente o convite e a confiança) dei o nome a esta coluna de Filosofia & Cia.

Então fica combinado, nos encontraremos a cada mês, a partir do próximo, até o final do ano de 2009, tentando tornar este objetivo uma realidade. Conto com vocês, leitores, nesta jornada que agora se inicia, enviando críticas e sugestões de como melhorar este cantinho do jornal, assim como sugerindo temas a serem abordados na coluna.

Até a próxima e um abraço a todos.

Marcelo Alvim Jorge
malvim.sigma@gmail.com

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