sábado, 25 de abril de 2009

Coluna "Falando de Educação" - Ano I - número 1 - 25/04/09

O fim anunciado do Vestibular

O Ministério da Educação (MEC) anunciou há algumas semanas atrás uma nova proposta para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que substituiria o vestibular. Cada universidade, pública ou privada é que vai decidir sobre a manutenção do tradicional processo de seleção ou a adoção do novo modelo. Mas a tendência é de mudança geral.

Por esta nova proposta, a nova seleção ficaria a meio caminho do vestibular, onde é cobrado um excesso de conteúdo dos candidatos e o atual ENEM, que, de forma contrária, cobra pouco conhecimento dos interessados em uma vaga no curso superior. O exame seria mais exuto do que o atual vestibular e menos voltado para a memorização, testando mais a capacidade de solucionar problemas da vida real do que o conhecimento acumulado. Por outro lado, o exame passaria a ter 200 questões de múltipla escolha e uma redação e seria aplicado em dois dias, ao contrário do ENEM atual, que tem 63 questões e uma redação e é aplicado em apenas um dia.

No novo formato, as questões seriam divididas em quatro grupos: linguagens (incluindo português, inglês e a redação), matemática, ciências humanas e ciências da natureza. No entanto, como a maior parte das universidades aplica vestibular duas vezes por ano, não se descarta a possibilidade de o “novo ENEM”, como vem sendo chamado, também ser aplicado mais de uma vez no ano.

Outra mudança importante é que a prova será unificada. Isso significa que, com uma única nota, os alunos poderão tentar o ingresso em mais de uma faculdade. O modelo seria usado como uma espécie de “pesca” por parte do estudante, que poderia escolher a universidade onde deseja estudar, de acordo com a nota que obtiver na prova.

Estamos às vésperas de uma verdadeira revolução. A angústia daqueles que se preparam aumenta pelas dúvidas com relação ao próximo processo seletivo. Muitos comemoram a mudança, pois alegam que o atual modelo coloca em jogo em apenas um dia toda uma preparação de, no mínimo, três anos de estudo. A carga de conteúdo e o estress dos candidatos é altíssimo. Olhando por este prisma, a mudança é benéfica.

Entretanto, estatísticas mostram que, na grande maioria dos casos, conseguem as melhores vagas aqueles candidatos mais capacitados e mais bem preparados. E isto, muito provavelmente, não vai mudar.

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