sábado, 6 de junho de 2009

Coluna “Falando de Educação” - Ano I – Número 7 – 06 de Junho de 2009

Seleção mais rigorosa de professores em São Paulo

A notícia de que o estado de São Paulo aumentará o rigor na contratação dos professores da rede pública está dando o que falar. Muitos são completamente a favor da nova regra e outros tantos são absolutamente contra a medida. Polêmicas à parte, vale a pena refletir sobre o fato. Vamos aos detalhes do que está acontecendo ...

O governador anunciou a mudança de regras há algumas semanas atrás. Ela já deverá valer a partir da próxima seleção de setembro próximo, apesar da necessidade de ainda ser aprovada pela Assembléia Legislativa. Hoje em dia, o processo seletivo é composto de apenas uma etapa, o concurso público. De acordo com a nova proposta, será mantido o concurso, mas apenas como uma primeira etapa. Depois de aprovado, o candidato entrará em um curso de qualificação que terá a duração de quatro meses. Ao final deste curso, passará por novos exames, que também poderão eliminar o pretendente a um cargo efetivo de professor na rede estadual.

Os que discordam da medida perguntam se esta não é uma desconfiança exagerada no processo de seleção hoje existente. Se já passaram por uma prova, pra que outra ? Mas admitem que, depois de aprovado, o candidato poderia passar por uma espécie de “treinamento”.

Os adeptos da nova ideia afirmam que o concurso é muito teórico e os professores que passam por esta etapa podem não estar preparados para o dia-a-dia da escola. Assim, o curso trataria da parte mais prática do exercício da profissão, sendo, então, de extrema necessidade e valia a sua instituição.

O governador argumenta que o principal objetivo é melhorar a qualidade dos professores que entram na rede e que o curso é um “reforço” para o corpo docente. Segundo ele, o estado também pretende diminuir o número de professores temporários, que representam 40% da rede, pois eles não passaram por seleção e são apontados como uma das principais causas da má qualidade de ensino.

A inevitável conclusão é de que, infelizmente, os cursos de pedagogia hoje existentes no Brasil não dão a base suficiente para o professor exercer com eficiência o seu papel, sendo necessárias estratégias como esta para que a qualidade do ensino possa melhorar ao menos um pouco. Especialistas afirmam que a maioria dos cursos existentes hoje no país são extremamente teóricos e realmente não preparam o professor para a realidade a ser enfrentada dentro de sala de aula.

Como medida temporária para o aumento rápido de qualidade, até que a medida é interessante e pode vir a dar resultados. Mas o ideal é uma maior fiscalização e mais rigor na avaliação dos cursos superiores que formam professores em todo o país, de forma a aumentar consistentemente a qualidade dos mesmos e garantir que eles formem professore
s capazes, tanto na teoria quanto na prática, para realizar um bom papel dentro das escolas.

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