segunda-feira, 1 de junho de 2009

Coluna “Falando de Educação” - Ano I – Número 6 – 30 de Maio de 2009

Violência na escola. Qual a causa deste mal ?

Saiu em alguns jornais de circulação nacional há aproximadamente um mês atrás: alunos serão transferidos de escola por ameaçarem de morte uma professora ! Lamentavelmente, é cada vez mais comum notícias envolvendo alunos, professores e escolas aparecerem nas páginas de conteúdo policial, quando, na verdade, deveriam sair nas páginas voltadas à educação. O que será que está acontecendo ?

Na notícia destacada acima, três alunos ameaçaram de morte a coordenadora pedagógica de uma escola em Ribeirão Preto, estado de São Paulo. Além disso, enviaram para ela uma carta com um projétil calibre 22. Motivo: não estariam satisfeitos com medidas disciplinares adotadas pela professora, recém admitida no cargo de coordenadora pedagógica do educandário. Reclamavam, por exemplo, do fato de não poderem sair ao pátio durante as aulas. De acordo com as investigações da polícia, os jovens, com idade entre 12 e 14 anos (um menino e duas meninas) ainda planejavam seqüestrar o filho da professora, de apenas três anos !

Várias são as causas apontadas por especialistas como possíveis provocadoras deste tipo de violência, que não se restringe apenas a escolas públicas e de periferia dos grandes centros urbanos, mas atingem também escolas particulares localizadas em bairros de classe média e alta de diversas cidades. Dificuldades financeiras, alcoolismo, drogas, desinformação, modelo de consumo exagerado praticado pela sociedade, estas são algumas delas, mas a principal parece ser realmente a desestruturação familiar.

A família sempre foi e sempre será a responsável pela formação inicial das crianças, oferecendo-lhes carinho e amor, além dos ensinamentos básicos de convivência e respeito para com os outros. Depois disso deve vir a escola, complementando a sua educação e oferecendo-lhes conhecimentos técnicos e noções de cidadania. Mas vivemos uma grande crise nesta primeira fase. Pais não têm o respeito de seus filhos e não conseguem impor limites aos mesmos. A conseqüência é que a segunda fase, a escola, fica sobrecarregada, sendo dela exigida a formação completa e integral das crianças, mas ela não está preparada para esta árdua tarefa !

O que fazer ? Certamente não existe fórmula mágica pronta para a solução deste grave problema. Mas certamente, uma maior aproximação entre escola e comunidade, entre pais e professores, entre direção e familiares, se faz necessária. É preciso que a escola entenda os problemas das familias e trabalhe para tentar minimizá-los e também que a família acompanhe e participe mais do processo de educação de seus filhos, ajudando a escola. Ambas as instituições devem comungar a ideia de que a educação das crianças é responsabilidade de todos e não é, nem de longe, uma tarefa fácil, mas absolutamente necessária para o futuro de nossa nação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário