terça-feira, 6 de abril de 2010

Coluna “Falando de Educação” - Ano II – Número 46 – 03 de Abril de 2010

Pulseiras do sexo: pais e educadores em alerta !

Pêra, Uva, Maçã, Salada Mista ! Na minha infância (não faz tanto tempo assim!), escolhíamos a fruta conforme nosso desejo de pegar na mão, dar um abraço ou ganhar um beijinho das garotas que participavam da brincadeira junto com a gente. Velhos e bons tempos, onde um simples selinho na boca era motivo de muita alegria e satisfação.


A moda do momento é a “pulseira do sexo”, inventada na Inglaterra em 2006 e difundida rapidamente no mundo globalizado. A brincadeira consiste em usar pulseiras de silicone de cores variadas, cada uma representando uma ação íntima, de simples abraços a posições sexuais. Cada vez que um colega consegue arrebentar uma pulseira, tem direito a consumar a ação correspondente ao que determina o adereço.

Encontradas facilmente nas mãos de camelôs e outros comerciantes, a preços módicos, que variam de R$ 0,10 a R$ 0,30 cada, as pulseiras têm cores variadas. As mais procuradas são as roxas, que equivalem a um beijo de língua e a preta, que corresponde ao ato sexual.

Nos Estados Unidos, a moda foi banida após casos de coação sexual. A mania chegou ao Brasil no fim do ano passado e já virou caso de polícia em vários estados e cidades. Em Santa Catarina, alguns municípios aprovaram leis proibindo as pulseiras do sexo. O mesmo já aconteceu em escolas de Minas Gerais e de São Paulo. No Rio, a febre das pulseiras ganhou força no início do ano e já tomou conta de unidades de ensino públicas e privadas.

Colégios do Rio de Janeiro estão emitindo avisos para os pais dos alunos alertando para a ocorrência de ataques de moradores de rua a meninas na saída da aula para que pratiquem com eles o ato identificado pela cor da pulseira. E, segundo a ONG Safernet, que atua na prevenção de crimes virtuais, o jogo, que já é praticado na Internet, atrai pedófilos, interessados em aliciar menores. Em seu formato online, o jogo é disseminado dentro de sites de relacionamento, em comunidades que tratam exclusivamente do assunto. No Orkut, são três, cada uma com mais de 100 mil membros, maioria criança e adolescente. Nos tópicos, usuários trocam mensagens dizendo que cor de pulseira gostariam de arrebentar no braço do outro.

Especialistas são unânimes em firmar que proibir as crianças de usar a pulseira não é o melhor caminho. O ideal é que os pais monitorem constantemente os filhos e conversem com eles sobre o que está envolvido no uso dessas pulseiras. Muitas vezes, a criança ou adolescente está usando por influência dos colegas, sem saber o quanto está se expondo. A proibição pode fazer com que o jovem use escondido dos pais.

Mais uma vez, a saída parece para o problema parece estar no diálogo entre família e crianças, entre educadores e adolescentes. Professores podem e devem abordar o tema nas salas de aula, de forma a orientar os jovens sobre a diferença entre uma simples brincadeira e ações que podem terminar de forma constrangedora e perigosa.

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