sexta-feira, 23 de abril de 2010

Coluna “Falando de Educação” - Ano II – Número 47 – 10 de Abril de 2010

Escola regular e escola especial

De acordo com dados do Censo Escolar Mec/Inep 2009, estão matriculados no Brasil 639.718 estudantes com necessidades especiais. Desse total, 56%, ou 359.664 alunos, estudam em escolas regulares, e 31% , ou 195.257 alunos, estudam em escolas especializadas. Frequentam classes especiais 13%, ou 80.797 alunos, porém, dentro da escola comum.

Como diz a Constituição Brasileira, a educação é um direito de todos, dever do Estado e da família, e, de acordo com a lei magna de nosso país, as escolas não podem recusar um aluno com necessidades especiais. A deficiência intelectual é apenas uma entre outras da categoria. As Necessidades Educacionais Especiais estão divididas em três grupos: o de deficiência, seja ela intelectual, visual, motora, física ou auditiva; transtornos globais do desenvolvimento; e superdotação.

A ideia vigente no momento é inibir as escolas focadas somente em crianças especiais, como se pensava antigamente. A tendência é incentivar a inclusão desses alunos em instituições regulares, porém, com atendimento específico. Segundo os especialistas, a escola especial deve servir de apoio à escola regular, pois o modelo separado já mostrou não dar certo. A escola regular deve ser a responsável pelo currículo dos estudantes com deficiência intelectual e outras necessidades especiais. A outra deve oferecer atendimento educacional especializado e deve servir como um apoio.

Matricular uma criança com necessidades especiais em um colégio regular é uma dúvida para muitos pais, por causa de uma possível rejeição, mas é bem aceita por educadores e profissionais da área, devido aos ganhos de aprendizagem e socialização. Em um primeiro momento, existe muito receio por parte dos familiares e das escolas, no entanto, depois notam que todos se beneficiam. O aluno, por fatores sociais e de aprendizagem, as instituições, que repensam a metodologia de ensino, e também os outros estudantes, que apreendem a conviver com as diferenças.

Percebe-se que não é nada fácil para uma escola adequar-se a todo tipo de necessidade especial. A formação dos profissionais envolvidos acaba acontecendo mesmo no dia-a-dia escolar. É notório também que ainda falta preparo e investimento por parte das escolas e docentes para receber os alunos especiais. Ainda existe o caso melindroso de professores que não se identificam com este tipo de função. Muitos acham que, se possível, não se deve forçar estes professores a trabalhar em situações como estas, pois assim não perdem a paciência e não deixam a criança de lado.

Especialistas ainda afirmam que a educação inclusiva não é levar o deficiente para o espaço dos normais, mas pensar a “educação para todos". Muitos professores não têm tido a oportunidade de adquirir essa noção. O docente sempre soube trabalhar as diferenças, afinal, as crianças apresentam muita diversidade, talvez eles só precisem mudar a forma de trabalho. O professor deve estar atento para não destacar a particularidade do aluno, e também não fazer o contrário, a escondendo dos demais.

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