Será o fim do currículo escolar fragmentado ?
Parece ser uma unaminidade que o currículo adotado nos dias de hoje na grande maioria das escolas é muito fragmentado e o aluno não vê função prática no programa que é ministrado. Como conseqüência, o que se sente é a crescente redução do interesse do jovem pela escola e a deterioração da qualidade do ensino, principalmente o ensino público, onde problemas relativos a este fato acontecem com mais freqüência.
A ideia que vem do Ministério da Educação sobre este assunto é acabar com a divisão por disciplinas, modificando o currículo. As 12 disciplinas seriam distribuídas em quatro grupos amplos: línguas, matemática, humanas e exatas/biológicas. Segundo o projeto do MEC, as escolas terão liberdade para organizar seus currículos, desde que sigam as diretrizes federais e uma base comum. Poderão decidir a forma de distribuição das disciplinas nos grupos e o foco do programa, que pode ser trabalho, ciência, tecnologia ou cultura.
A intenção é realizar um projeto-piloto em 2010 com cem colégios dos governos estaduais que aderirem à proposta. Estas redes adotariam o programa, de forma experimental e a adesão seria facultativa. Dentro de cada estado participante, deverão ser escolhidas aquelas escolas com piores médias no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A proposta que prevê ajuda técnica e financeira às redes que aceitarem mudar seus currículos.
São duas as principais dificuldades na implantação do programa: a formação dos professores e o modelo do processo Vestibular. Os professores vêm sendo preparados ao longo do tempo para ministrar matérias específicas, pois hoje, o ensino médio brasileiro é uma coleção de disciplinas com pouca integração. Será necessário uma mudança de postura das escolas e dos docentes, muita capacitação e treinamento deverão ser realizados, além do reflexo que inevitavelmente há de acontecer nos cursos superiores de formação de professores, principalmente Pedagogia e Normal Superior.
Quanto ao vestibular, em sua reestruturação que está em curso, deve parar de cobrar disciplinas isoladas, passando a privilegiar menos conteúdo dos candidatos e mais raciocínio lógico e interdisciplinaridade. Se continuar do jeito que é hoje, não vai estimular a mudança do currículo nos níveis anteriores, pois ao final das contas, o Vestibular é que puxa o carro e dita as regras práticas a serem adotadas no ensino fundamental e médio !
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