sábado, 17 de outubro de 2009

Coluna “Falando de Educação” - Ano I – Número 26 – 17 de Outubro de 2009

Harry Potter torna a escola mais interessante !

Assunto recorrente aqui em nossa coluna é o perfil das crianças e jovens que freqüentam as salas de aula dos tempos atuais e a necessidade premente dos educadores modificarem suas atitudes diante dos novos desafios da educação moderna. Vimos chamando a atenção dos professores para a “chatice” que são determinadas aulas e para o fato de que o jovem de hoje, fruto de uma sociedade consumista e imediatista, só se envolve naquilo que realmente gosta. E, infelizmente, constatamos que muitos professores, com suas aulas desatualizadas e ultrapassadas, não dão a estes jovens o prazer que eles tanto desejam. Por este motivo, não se interessam pelas disciplinas e desistem de freqüentar a escola, preferindo o que há do lado de fora dela.

Hoje trazemos alguns casos de sucesso que devem ser examinados com atenção, pois podem servir de estímulo e exemplo para educadores interessados em aumentar o gosto de seus alunos pela leitura. Em 2008, Bela (a protagonista da série Crepúsculo) e Harry Pottter (este todo mundo conhece, dispensa apresentações) passaram a acompanhar cerca de 3,3 milhões de estudantes da rede estadual paulista. Os livros das duas séries passaram a fazer parte das salas de leitura de 4.200 escolas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e de Ensino Médio do estado de São Paulo. O objetivo foi despertar o interesse pela leitura por meio dos maiores sucessos literários destinados ao público adolescente.

Outra experiência, também com Harry Potter, aconteceu nas bibliotecas públicas de Maringá (PR), também no ano passado. Como havia grande dificuldade em atrair alunos para a biblioteca, especialmente após o 5º ano, quando a leitura ganha um peso maior de obrigatoriedade, foi pensado um trabalho com os livros que são um sucesso mundial entre o público jovem. No primeiro encontro foi usado um chapéu seletor, elemento presente no livro, para dividir os alunos em casas. Foram desenvolvidas, a seguir, atividades lúdicas, baseando-nos nas ideias de aula de bruxaria e utilizando a música do filme. Resultado: o projeto foi um sucesso absoluto, passaram-se meses, e os alunos não queriam mais parar !

Isto nos permite concluir, mais uma vez, que é possível fazer o aluno se interessar pelas aulas oferecidas. Basta, para isto, entrar em sintonia com seu mundo, falar a sua linguagem e abordar temas que são do seu universo de interesse. Trabalhar atividades lúdicas também dá muito certo, pois o conteúdo é passado de uma forma mais leve e atraente. Não tenho dúvidas que este é o caminho. Pode ser mais longo, mais árduo, mais trabalhoso, mas ele conduz, sem dúvidas, até o ponto desejado. E o melhor: de uma forma prazerosa, tanto para os estudantes quanto para os professores, pois não há nada mais gratificante para um mestre do que ver seus alunos aprenderem o que está sendo passado e absorverem o que está sendo ensinado, tornando-se verdadeiros cidadãos.

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