sábado, 3 de outubro de 2009

Coluna “Falando de Educação” - Ano I – Número 24 – 03 de Outubro de 2009

Em busca de uma merenda escolar mais saudável

Um das mais respeitadas revistas semanais do Brasil publicou matéria de capa há duas semanas atrás sobre um dos maiores desafios da saúde neste novo século, a chamada “globesidade”, ou a epidemia mundial de obesidade mórbida, cujo principal vilão é o nosso muito conhecido e doce, o açúcar. Além de ser o grande promotor da obesidade, a reportagem alerta que o açúcar, em suas várias formas, quando em altos níveis no sangue podem ser associados a quase todas as moléstias degenerativas, do ataque cardíaco ao derrame cerebral e diabetes.

Nos Estados Unidos, nesta cruzada contra o açúcar, a bola da vez já foi eleita: os refrigerantes. Já há um movimento contra o produto e estuda-se a possibilidade de aumentar os seus impostos, de forma a diminuir o seu consumo. Tudo porque uma lata de refrigerante normalmente tem 150 calorias, ou dez colheres de chá de açúcar, índice considerado bastante alto, já que as mesmas 150 calorias correspondem ao limite máximo de consumo diário aconselhado para homens adultos. No caso das mulheres, o consumo diário recomendado é de apenas 100 calorias !

Por aqui, a compra de refrigerantes, refrescos artificiais e outras bebidas com baixo teor nutricional para a merenda escolar com o uso do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) foi proibida por uma resolução do Ministério da Educação. Já para enlatados, doces e alimentos com quantidade elevada de sódio, a aquisição fica restrita a 30% dos valores repassados. Estados e municípios terão até janeiro do ano de 2010 para adaptar seus processos licitatórios a essas exigências, previstas na Resolução número 38, que regulamenta a lei no 11.947 de 2009.

O documento ressalta a importância da adoção de estratégias de educação alimentar e nutricional para assegurar uma comida saudável. Entre essas estratégias, estão a implantação e manutenção de hortas escolares, a inserção do tema alimentação no currículo escolar e a realização de oficinas culinárias experimentais.

A oferta da merenda deve ser planejada para suprir desde 20% das necessidades nutricionais diárias de alunos que recebem uma refeição em período parcial até 70% dessas necessidades, quando os estudantes estiverem matriculados em período integral. Além disso, os cardápios devem ser diferenciados por faixa etária e também para os que necessitam de atenção específica, como os diabéticos.

Trata-se de uma boa medida, mas de nada servirá se a campanha não for estendida aos milhões de lares brasileiros, conscientizando as famílias dos males de certos alimentos e a forma mais saudável de se alimentar. Mais uma vez, escola e família deve se unir em prol da educação de nossas crianças e jovens.

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