sábado, 24 de outubro de 2009

Coluna “Falando de Educação” - Ano I – Número 27 – 24 de Outubro de 2009

Há o que se comemorar no dia do professor ?

Em 15 de outubro, professores e profissionais da área de educação de São Paulo fizeram uma manifestação em frente à Secretaria Estadual da Educação, na Praça da República, pedindo melhores salários para a categoria. Alguns dos manifestantes usaram na ocasião narizes de palhaço durante o protesto e muitos afirmavam que não há nada para comemorar no dia destinado aos educadores de todo o país.

De outro lado, levantamento divulgado pelo Ministério da Educação aponta que a média salarial dos professores de escolas públicas da educação básica no Brasil cresceu de R$ 994,00 para R$ 1.527,00 entre 2003 e 2008, o que corresponde a um aumento de 53% em cinco anos. O estudo mostra ainda que a diferença entre o salário dos docentes e de outros profissionais com o mesmo nível de formação (ensino superior pelo menos incompleto) tem diminuído. Em 2003, trabalhadores que não eram docentes ganhavam 1,86 vezes melhor do que os educadores. Em 2008, a diferença caiu para 1,53.

Houve muitas reclamações depois da divulgação das informações por parte do MEC e a principal delas é a de que os dados do estudo não batem e os salários divulgados não condizem com a realidade do professor brasileiro.

Entretanto, o MEC admite que as distorções permanecem, pois enquanto um professor de Pernambuco recebeu em 2008 um salário médio de R$ 982,00, no Rio de Janeiro o professor ganha R$ 2.004,00 e no Distrito Federal a média chega a R$ 3.360,00. A média nacional é de R$ 1,527,00, sendo que os valores foram calculados para uma jornada de 40 horas semanais.
Mas Pernambuco não fica sozinho no ranking dos Estados que remuneram os professores de forma inadequada. Das vinte e sete unidades federativas, dezesseis pagam salários abaixo da média nacional. São elas: Rondônia, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Santa Catarina.

Trata-se de uma assunto bastante complexo e bastante sério também pois as disparidades salariais podem pesar na decisão de um jovem sobre seguir ou não a carreira docente. Sabe-se que hoje, uma das maiores dificuldades do magistério é atrair novos talentos e, certamente, a criação de um piso nacional para professores trará novas perspectiva para futuras gerações, que querem uma boa carreira em termos financeiros. Porém, como dinheiro não é tudo na vida, também almejam um bom ambiente de trabalho. E neste caso, além de salários dignos e compatíveis, é necessário que o país assegure à sua população uma educação de qualidade.

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