sábado, 24 de outubro de 2009

Filosofia & Cia - Ano I - Número 10 - Outubro de 2009

René Descartes e a inovação, motor do mundo moderno

Um pouco de história: Também conhecido como Renatus Cartesius, viveu entre 1596 e 1650 e deixou seu nome na história da Física e da Matemática, sendo uma das figuras-chave da Revolução Científica. Sugeriu a fusão da álgebra com a geometria, fato que gerou a geometria analítica, tendo inventado também o sistema de coordenadas que ficaram conhecidas como coordenadas cartesianas. Porém, seus trabalhos mais revolucionários aconteceram na Filosofia, sendo chamado “o fundador da filosofia moderna”. Inspirou contemporâneos e várias gerações de filósofos posteriores, podendo-se dizer que boa parte da filosofia escrita a partir de então foi influenciada por ele ou foi uma reação às suas obras. Embora a maior parte de seu trabalho seja consagrado às ciências, o que Descartes mais quis foi conseguir um modo de chegar a verdades concretas. Sua filosofia, exposta principalmente em “O discurso sobre o Método", o mais amplamente lido de todos os seus trabalhos, é a proposta de meios para tal. O seu método para o raciocínio correto é "nunca aceitar qualquer coisa como verdade se essa coisa não pode ser vista clara e distintamente como tal”. Isto implica na rejeição de todas as idéias e opiniões aceitas, a determinação a duvidar até ser convencido do contrário pela evidência dos fatos.

De volta ao século XXI: Vejamos algumas notícias da semana coletados em um site especializado em inovações tecnológicas: - Criado um revestimento do tipo filme plástico que pode ser aplicado a diversas superfícies e que permite a limpeza do óleo usando apenas água, dispensando até mesmo o sabão! - Nasa afirma que astronautas poderão ser enviados a “buracos gravitacionais”! - Elo perdido da eletrônica permitirá em futuro próximo a criação do “computador que aprende”! Inovação é, pois, o processo que inclui as atividades técnicas, concepção, desenvolvimento, gestão e que resulta na comercialização de novos (ou melhorados) produtos, ou na primeira utilização de novos (ou melhorados) processos. Inovação significa novidade ou renovação. A palavra é derivada do termo latino innovatio, e se refere a uma idéia, método ou objeto que é criado e que pouco se parece com padrões anteriores. Hoje em dia, aceita-se que invenção é uma nova ideia ou um novo produto e a inovação é a melhoria de algo já inventado. Trata-se da não aceitação das coisas como são, ou melhor dizendo, das coisas como estão. É duvidar constantemente que as coisas não podem ser melhoradas ou já atingiram o seu máximo, ou a sua verdade, dentro do processo de criação. É acreditar que paradigmas existem para serem quebrados e que uma nova fase pode se iniciar antes mesmo que a fase anterior tenha teminado completamente.

Reflexão: É muito fácil constatar que o foi dito anteriormente sobre a inovação não acontece apenas com produtos tecnológicos ou é privilégio de países altamente industrializados ou povos desenvolvidos. Vivemos em um mundo que muda constantemente, a alta velocidade, e que demanda de todos um elevado grau de inovação e mudança. Acontece comigo, com você, amigo leitor, com todos nós e também dentro das empresas e organizações que dirigimos ou onde trabalhamos. Neste contexto, inovação pode ser também entendida como “fazer mais com menos recursos”, permitir ganhos de eficiência em processos, quer produtivos, administrativos, financeiros ou na prestação de serviços, sendo o motor de competitividade do mundo moderno. A inovação, quando cria aumentos de competitividade, pode ser considerada um fator fundamental no crescimento econômico de uma sociedade e de um país.

Enfim, podemos dizer que, além de suas fundamentais contribuições para a Geometria e a Ótica, para o entendimento do universo e da mecânica dos corpos, Descartes também deixou como grande legado à humanidade o poder do pensamento e do raciocínio (“cogito, ergo sum”, ou “penso, logo existo”), a dúvida constante, o repúdio à acomodação e uma eterna insatisfação com as verdades do mundo que nos cerca.

Observe se já sentiu a seguinte sensação: você está parado em um semáforo, com carros ao seu lado (funciona também quando de ônibus, parado em uma rodoviária, com outros ônibus ao lado). Quando eles andam pra frente antes de você, a sensação é de que você está andando para trás. É ou não é ? Pois bem, nos dias de hoje acontece exatamente isso, quem não inova fica parado. E quem fica parado, na verdade, anda para trás, pois seu concorrente está se movimentando para a frente ! Nos vemos novamente em Novembro. Um abraço a todos e até lá.

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