Os principais problemas da educação brasileira – parte I
Segundo uma pesquisa realizada em escolas de todo o país, os principais problemas que afligem os educadores são os listados a seguir:
1) Falta de motivação dos alunos
2) Falta de estrutura da escolas
3) Falta de atenção e indisciplina por parte dos alunos
4) Falta de participação dos pais na vida escolar dos filhos
A partir desta e durante as próximas duas semanas, o espaço desta coluna se dedicará a discutir estes problemas. É importante dizer que não assumiremos lado algum nas análises que serão feitas. Não seremos professores reclamando de alunos e de suas famílias nem tampouco seremos alunos reclamando dos docentes e das suas escolas. A ideia é levantar questões acerca destes assuntos, destacar as prováveis causas e indicar as possíveis soluções para os problemas apresentados.
Iniciamos a jornada na coluna de hoje discutindo o aspecto motivacional. Uma educação de qualidade, onde efetivamente a aprendizagem é alcançada, necessita que a motivação esteja presente em ambos os lados da equação, ou seja, são necessários professor e alunos dispostos a ensinar e aprender, respeitando-se mutuamente.
Infelizmente, não é isto o que se vê na atual educação brasileira. Professores se sentem desmotivados por salários baixos e por falta de estrutura para realizar as suas aulas (isto nos leva ao segundo problema listado no início da coluna: a falta de estrutura ainda existente em muitas escolas, principalmente as públicas). Muitos também se sentem desmotivados pela falta de atenção e pela indisciplina dos alunos (item três de nossa lista) e pela postura do tipo “toma que o filho é teu !” (item quatro da mesma lista) que muitas famílias adotam, negando a sua participação na educação de seus filhos e deixando todo o fardo para ser carregado pela escola e pelos educadores, que, na grande maioria das vezes, não estão preparados para assumir toda esta responsabilidade.
A meu ver, a questão mais importante a ser colocada é se um problema é causa ou conseqüência do outro. Se olharmos com atenção o outro lado da moeda, podemos descobrir que esta falta de motivação dos alunos pode advir justamente da má formação, da falta de preparo e de atualização de muitos professores e das aulas chatas e pouco interessantes que os alunos têm de assistir todos os dias. Num momento em que, do lado de fora dos muros da escola, existem muitas coisas atrativas e prazerosas, o grande desafio passa a ser fazer com que os estudantes gostem das aulas e do ambiente escolar. Devemos nos aproximar dos interesses dos alunos através de atividades lúdicas, de assuntos que lhe são agradáveis, da contextualização das aulas com o mundo exterior e com os acontecimentos do nosso cotidiano.
Também é grave a constatação de que falta uma perspectiva de futuro aos nossos jovens. Muitas vezes, eles acabam concluindo não valer a pena o esforço de ir à escola e se perguntam: Estudar para quê? Será que vale a pena frequentar a sala de aula? Este é um fato lamentável, mas muito real, que deve ser enfrentado por todos nós, educadores. Temos a obrigação de mostrar a estes jovens que os estudos são realmente um bom caminho, talvez o melhor entre aqueles considerados éticos e honestos. Eles devem ter consciência de que a educação pode proporcionar uma real mudança de vida e a possibilidade de se sonhar com um futuro melhor.
Enfim, acredito que ambos os lados, professores e alunos, precisam estar mais motivados para que o país possa avançar na educação de seu povo. E devemos sempre nos lembrar de que “a motivação deve vir sempre de dentro para fora – e não o contrário”.
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