segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Coluna “Falando de Educação” - Ano II – Número 65 – 25 de Setembro de 2010

E-book : será o fim do livro de papel ?

Até o final deste ano, 10,3 milhões de pessoas devem adquirir leitores de livros digitais nos Estados Unidos, o que significa uma venda de 100 milhões de e-books, segundo a previsão da empresa de pesquisa de mercado Forrester. É um crescimento considerável, tomando em relação aos 3,7 milhões de leitores digitais e 30 milhões de e-books vendidos no ano passado. Esta tendência está causando grandes transformações no mercado editorial.

Algumas livrarias e editoras estão testando a venda casada de livros impressos com e-books a um preço especial. A livraria americana Barnes & Noble começou a oferecer pacotes em junho em cerca de 50 lojas e planeja ampliar o programa até o final deste ano. O grupo editorial Thomas Nelson, especializado em livros religiosos, oferece e-books gratuitos junto às cópias impressas de alguns títulos. Tal iniciativa agrada aos leitores que desejam compartilhar livros com a família e amigos e preferem ler em diferentes formatos. Os pacotes têm vendido bem e o grupo planeja adicionar outros durante a temporada de compras de Natal.

Enquanto isso, a Amazon.com, produtora do Kindle, tenta convencer os amantes de livros impressos de que a leitura no seu e-book é bem diferente do que a leitura na tela de um computador tradicional. Seu site promete uma tela de exibição na qual o texto "salta" da página, criando uma experiência de leitura muito semelhante ao papel impresso, pois não ofusca os olhos em locais iluminados, nem brilha demais no escuro, coisa que não se consegue em monitores de vídeos tradicionais.

A Sony, que lançou uma nova linha de leitores de livros digitais recentemente, diz que eles estão menores e mais leves do que antes, com textos mais claros e telas sensíveis ao toque, a fim de que se pareçam mais com os livros impressos. O presidente do setor de leitura digital da companhia explicou que o que mais a Sony ouviu do público foi a necessidade de “sentí-lo” como um livro, para que as pessoas esqueçam de que, na verdade, “têm um aparelho nas mãos”.

Esta estratégia de marketing das grandes empresas que produzem e-books no mundo ressalta uma dificuldade maior que é o desejo de manter a indústria de impressão viva, de modo a não alienar um mercado central, ao mesmo tempo em que se estabelece uma base para um futuro que os editores consideram cada vez mais digital. Segundo estas empresas, a tendência é que os livros de papel continuem sendo produzidos, porém, em escala cada vez menor, até se tornarem objetos de colecionadores.

Entretanto, não há dúvidas de que há muito mais ligação emocional com um livro em papel do que com um CD ou DVD. É interessante observar que as pessoas que já têm acesso aos equipamentos ainda estão passando por fases de aceitação de que as versões impressas estão indo embora. Muitas delas dizem que gostam de “sentir” e “cheirar” os livros, sensações impossíveis de se obter através do livro digital.

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