segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Coluna “Falando de Educação” - Ano I – Número 21 – 12 de Setembro de 2009

Diferença de qualidade entre universidades públicas e privadas está menor

Quando o assunto é educação superior, constatamos que ainda existe uma grande diferença entre as instituições de ensino públicas e privadas. A rigor, a qualidade superior do ensino público em relação ao privado se deve ao maior número de cursos de pós-graduação e maior quantidade de mestres e doutores das instituições estaduais e federais, além do regime de dedicação exclusiva de seu corpo docente, o que, a princípio, incentivam a pesquisa científica e a orientação dos alunos, se traduzindo em uma maior qualidade de ensino destas entidades.

Porém, a vantagem das universidades públicas sobre as privadas no indicador de qualidade do governo federal diminuiu 19% em um ano, apontam dados do Ministério da Educação. A nota média das públicas era 27% superior que as particulares em 2007 e caiu para 22% em 2008. Os dados referem-se ao IGC (Índice Geral de Cursos) divulgados na semana passada pelo MEC.

O que poderia ser uma boa notícia, na verdade, é um fato preocupante. Isto porque não foram as instituições privadas que melhoraram seus indicadores, mas as públicas que pioraram os seus índices. A diferença diminuiu porque as instituições privadas mantiveram suas médias (239, em escala até 500) e as públicas tiveram um recuo (de 304 para 292).

Dentro das públicas, o maior recuo ocorreu nas universidades estaduais, cuja média caiu 9%. Os dados não consideram USP e Unicamp, que decidiram não participar da avaliação. Nas federais, a queda foi de apenas 1%.

Parece que o problema está mesmo nas universidades estaduais. Os novos dados mostram também que o número de universidades reprovadas subiu de um para cinco (aquelas que obtiveram notas 1 e 2 no IGC). Estão nesta lista as universidades estaduais de Goiás, Alagoas, Roraima, Piauí e a de Ciências da Saúde de Alagoas.

Alguns dirigentes das instituições estaduais já se manifestaram, se dizendo preocupados com os indicadores apresentados. As explicações que surgiram vão desde a existência de universidades novas (em processo de crescimento e que ainda trabalham para melhorar a titulação dos docentes), passam pela hipótese de ser o controle nas estaduais menos rigoroso (pois o processo está principalmente nas mãos dos Conselhos Estaduais de Educação, e não nas do MEC) e terminam com uma justificativa preocupante, que é a possibilidade de, em alguns estados, estar havendo uma maior interferência política na gestão universitária.

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