segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Coluna “Falando de Educação” - Ano I – Número 22 – 19 de Setembro de 2009

A importância da escola de tempo integral

Estava lendo há dias atrás uma reportagem sobre o programa “Escolas do Amanhã”, lançado recentemente pela prefeitura do Rio de Janeiro, que promete afastar crianças e jovens de um cotidiano marcado pelo tráfico de drogas e pela violência que cerca a cidade maravilhosa por todos os lados. Abrangendo 73 favelas e 150 escolas, o programa deve beneficiar cerca de 180 mil alunos e tem como um de seus pontos fortes a implementação do turno integral.

É verdade que a ideia da escola integral não é nova, já foi adotada em tempos anteriores por Brizola no mesmo Rio de Janeiro, por Marta Suplicy em São Paulo, além de outras tentativas realizadas com maior ou menor sucesso durante o governo de Fernando Collor de Mello. Os especialistas afirmam que nos modelos anteriores, o que faltou foi um projeto pedagógico que pudesse potencializar os efeitos do período integral.

Em resumo, não basta apenas manter as crianças dentro das salas de aula por algumas horas a mais durante um dia. É preciso que haja qualidade do ensino, com atividades interessantes e prazerosas, de forma a fazer os jovens gostarem do ambiente e ficarem, por livre e espontânea vontade, mais tempo dentro da escola. Por falar nisso, uma pesquisa recente revelou que o estudante brasileiro é um dos que passa menos tempo dentro da escola em todo o mundo. Eis uma boa oportunidade para melhorar este quadro, através da oferta de atividades que podem consumir, de forma agradável e produtiva, o tempo ocioso destes jovens.

A receita utilizada é simples : como os alunos devem ficar dois turnos na escola, várias atividades são planejadas para complementar a sua formação, sempre ligadas, dentro das possibilidades existentes, ao currículo escolar. Assim, aulas de xadrez, música, dança e teatro, além de trabalhos técnicos e manuais, entre vários outros, ocupam as tardes da garotada e fazem muito sucesso, a ponto de diminuir drasticamente a falta à escola e os índices de evasão.

Este é mais um motivo para acreditarmos que atividades esportivas e lúdicas realmente podem ser uma boa saída para frear o crescente desinteresse apresentado pelos estudantes. Desta forma, além de mantê-los dentro da escola, a salvo do trabalho infantil, da violência, da marginalidade e do tráfico de drogas existentes do lado de fora dos muros, os jovens passam a gostar da escola e se dedicar aos estudos, aumentando a possibilidade de termos um futuro mais iluminado, para eles próprios e para o país.

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