domingo, 3 de janeiro de 2010

Coluna “Falando de Educação” - Ano II – Número 35 – 02 de Janeiro de 2010

Os principais problemas da educação brasileira – parte III (Final)

Há duas semanas, ainda no ano passado, iniciamos uma análise acerca de uma pesquisa realizada em escolas de todo o país, que divulgou serem os seguintes os principais problemas que afligem os educadores brasileiros:
1) Falta de motivação dos alunos
2) Falta de estrutura da escolas
3) Falta de atenção e indisciplina por parte dos alunos
4) Falta de participação dos pais na vida escolar dos filhos

Hoje discutiremos o problema da falta de participação das famílias na vida escolar de seus filhos. Iniciamos citando que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) rezam que as escolas têm obrigação de se articular com as famílias e os pais têm direito a ter ciência do processo pedagógico, bem como de participar da definição das propostas educacionais.

Infelizmente, não é isto que vemos acontecer. Muitas escolas não se integram com as famílias de seus alunos (ou simplesmente não as conhecem) e muitos pais (infelizmente, a maioria deles, em determinadas comunidades) não se interessam pelo desenvolvimento escolar de seus filhos, achando que a educação dos mesmos é um assunto que só diz respeito à escola, não se importando se o jovem freqüenta ou não a escola e, se freqüenta, se aprende ou não alguma coisa.

Interessante também notar uma certa incoerência existente: gestores e docentes muitas vezes reclamam da falta de participação dos pais de alunos. Entretanto, não se sentem confortáveis quando são questionados ou criticados por eles. É certo que a maioria dos pais não participa por não conhecer seus direitos e não saber como fazê-lo, mas também existem casos em que esta falta de relacionamento tem como origem o fato de não terem sido bem acolhidos pela escola em tentativas anteriores.

Para que a família participe da vida escolar de seus jovens, é necessário que ela tenha informações sobre o processo de ensino e aprendizagem e que seja colocados a par dos objetivos da escola, dos projetos desenvolvidos e que sejam criados momentos em que esta colaboração possa se efetivar. Um relacionamento de qualidade entre escola e família passa por questões muitas vezes simples, mas que em grande parte dos casos são deixados de lado.

São exemplos de atitudes positivas, segundo a revista Gestão Escolar, da Editora Abril, de Agosto de 2009: apresentar a escola e os seus funcionários às famílias; entrevistar os pais dos alunos; assegurar sua participação no projeto político pedagógico da escola; fazer reuniões com pais focadas no processo de ensino; marcar encontros em horários adequados para os pais; dar visibilidade à produção dos educandos; informar a comunidade sobre o andamento da escola; constituir a Associação de Pais e Mestres; incentivar a participação dos pais no Conselho Escolar; disponibilizar espaços para eventos; promover palestras e debates; visitar as famílias dos alunos em casa; promover festas, comemorações, atividades esportivas e culturais, entre outros.

Sabe-se que o “efeito-família” é responsável por 70% do sucesso escolar dos jovens. E podemos constatar isto no horário nobre da TV, quando artistas consagrados vêm dando depoimentos de que acham importante e acompanham a vida escolar de seus filhos. Tudo para incentivar as famílias a se relacionar mais com as escolas. O envolvimento dos adultos, principalmente dos familiares, com a educação, dá às crianças um suporte emocional e efetivo que se reflete em seu melhor desempenho.

Finalmente, citamos que “o papel da escola é ensinar e dos pais é acompanhar e fazer sugestões”. Quem sabe assim, com cada um assumindo seu papel de maneira responsável e cidadã, nosso país consegue a tão sonhada “revolução da educação”, que tanto precisamos.

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