sábado, 30 de janeiro de 2010

Filosofia & Cia - Ano II - Número 13 - Janeiro de 2010

Issac Newton estava certo: o mundo ainda não acabou !

Um pouco de história: Isaac Newton (1643-1727) foi um brilhante astrônomo, físico e matemático, tendo também deixado seu nome na história pelas muitas contribuições importantes na alquimia, filosofia natural e teologia. Em uma pesquisa promovida pela renomada instituição Royal Society, Newton foi considerado o cientista que causou maior impacto na história da ciência. O que pouco se conhecia era o seu lado religioso, que foi exposto com mais intensidade há poucos anos atrás, depois da divulgação de alguns manuscritos atribuídos ao cientista inglês. Em um deles, datado do começo do século XVIII, por meio dos textos bíblicos do Livro de Daniel, Newton calcula a data aproximada do apocalipse, chegando à conclusão de que o mundo deve acabar por volta do ano de 2060. "Ele pode acabar além desta data, mas não há razão para acabar antes", escreveu.

De volta ao século XXI: Novembro de 2009 - aconteceu a estréia mundial do filme 2012, uma superprodução de Hollywood que conta a saga dos que tentam desesperadamente sobreviver à catástrofe final. O ano de 2012 tornou-se o número mágico, sinônimo do fim do mundo devido a uma confluência de alguns achados proféticos. Primeiro, surgiu a tese de que a Terra será destruída com a volta do planeta Nibiru neste ano. Depois, veio à tona que o calendário dos maias (uma das esplêndidas civilizações da América Central pré-colombiana) acaba exatamente em 21 dezembro de 2012, sugerindo que se esse povo, que era tão entendido em astronomia, encerrara as contas dos dias e das noites nesta data é porque depois dela não haveria mais o que contar. E isto sem falar nos adeptos das teorias de Nostradamus e os muitos astrônomos, geólogos e cientistas de plantão que sempre descobrem um “alinhamento fatal” de planetas e outros seres estelares que, indubitavelmente, culminaria no fim de nosso pobre planeta Terra.

Dezembro de 2009 – Os países fazem as contas, reveem seus números e índices e concluem que o pior parece já ter passado. Falo de uma das piores crises econômicas mundiais que já surgiram desde o crash da bolsa de NY em 1929, que se iniciou ao final de 2008 e se arrastou durante todo o ano de 2009. As empresas passaram por um período difícil e os trabalhadores mais ainda, com os níveis de desemprego atingindo índices alarmantes em todo o mundo, com algumas instituições até então consideradas sólidas deixando de existir ou sendo amparadas financeiramente pelos governos, fato que deu ânimo aos adeptos do comunismo a ponto de fazê-los declarar o tão esperado fim da era capitalista.

Dezembro de 2009 – aconteceu a Conferência do Clima, chamada COP 15, em Copenhagem, na Dinamarca. Os grandes líderes mundiais não foram capazes de chegar a um satisfatório acordo mínimo, com metas claras e obrigatórias, que obrigasse os países desenvolvidos e em desenvolvimento a limitarem as emissões de gases que causam o efeito estufa e que têm como conseqüências o derretimento da camada de gelo dos pólos e o aumento do nível de nossos oceanos.

Reflexão: Das passagens citadas acima pode-se tirar algumas análises interessantes. Primeiramente, estamos diante de mais um fato importante que comprova não ser a ciência exatamente oposta à religião. Os referidos manuscritos de Newton mostram, conforme também atestam alguns especialistas, ter sido ele um cientista guiado por um grande fervor religioso e por um desejo de ver as ações de Deus guiando o mundo, a ponto de se engajar em cálculos mirabolantes, cujo objetivo seria elucidar o grande mistério que é a vida humana no planeta Terra e determinar, através da razão, o possível fim desta jornada. Depois, vemos algumas tentativas mais recentes de se antever o fim do mundo. Apesar de o índice de falhas destes prognósticos ser de exatos 100%, eles resistem ao tempo, à razão e à ciência.

As tentativas de explicar esse fenômeno são uma viagem fascinante pela AaAaaaa alma e pelo cérebro humano. Uma das teorias atualmente mais aceitas explica que o nosso cérebro é uma máquina programada para extrair sentido do mundo. Assim, somos levados a atribuir ordem e significado às coisas, mesmo onde tudo é aleatório, casual e fortuito. As constelações de estrelas no céu, por exemplo, são uma criação mental humana através da qual tentamos organizamos o caos estelar. Que venha 2012 !

Finalmente, a crise econômica mundial, gerada principalmente pela ganância e pela especulação, próprias do capitalismo selvagem, e o problema do aquecimento global nos mostram o que realmente se tornou a vida humana em uma sociedade globalizada e o que estamos fazendo com nosso planeta. Países pobres não têm dinheiro para pagar a conta, países em desenvolvimento não acham justo pagar a conta e países ricos não querem pagar a conta. Como nós, humanos, seres racionais, não estamos sendo capazes de nos articular em prol de nossa própria sobrevivência? Como interesses econômicos e financeiros podem se sobrepor ao interesse maior da preservação da vida na Terra, que estamos destruindo a uma velocidade assustadora? Opa ! Então não seria este o fim do mundo? Eu falei “seres racionais”?

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