sábado, 8 de janeiro de 2011

Coluna “Falando de Educação” - Ano II – Número 75 – 04 de Dezembro de 2010

Você sabe o que e Teoria de Resposta ao Item ?

Mudou o tema do momento. O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) deixou de ser a bola da vez, perdendo espaço na mídia para os acontecimentos policiais que envolvem o conjunto de favelas do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, onde as polícias federal, civil e militar, com o auxílio das forças armadas, realizaram uma ação cinematográfica de invasão e tomada dos morros da mão dos bandidos e traficantes. Entretanto, isto não significa que o assunto ENEM não esteja rendendo ainda boas matérias e ainda preocupando milhares de jovens estudantes, que continuam ansiosos com o resultado final de toda esta confusão que foi armada.

As últimas notícias dão conta que a Defensoria Pública da União (DPU), no Rio de Janeiro, enviou um ofício ao MEC pedindo que a data marcada para a nova prova do ENEM 2010 seja reavaliada. A princípio, as provas serão realizadas às 13h do dia 15 de dezembro, uma quarta-feira. A alegação é que estudantes que trabalham poderão ter problemas por causa do agendamento da prova em um dia de semana, além do fato de que o trânsito durante a semana é mais intenso e pode prejudicar o acesso dos candidatos aos locais de provas. Dessa forma, existe a sugestão de remarcação da prova para um final de semana. A assessoria de imprensa do MEC informou a data do novo Enem está mantida, pois o dia 15 de dezembro foi escolhido para evitar ao máximo a coincidência com datas de vestibulares em todo o país.

Paralelamente a isto, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) encaminhou esta semana ao ministro da Educação, Fernando Haddad, um requerimento para que seja anulada a última prova do ENEM, com base em um levantamento feito pela Procuradoria da República do Ceará, que demonstrou que a prova de redação do exame vazou antes mesmo de ser iniciada. Segundo a OAB, o fato feriu o princípio da moralidade e a única saída para a solução do problema é a anulação do exame. Mas além de dar estas notícias, a coluna desta semana quer falar também sobre a nova forma de avaliação utilizada pelo MEC na correção das provas do ENEM, a TRI, ou Teoria de Resposta ao Item.

O novo modelo utilizado tem cinco notas, uma para cada área de conhecimento avaliada - ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática -, além da média da redação. Para o cálculo das médias em cada uma das quatro áreas é utilizada esta metodologia da Teoria de Resposta ao Item (TRI), que busca medir conhecimento a partir do comportamento observado em testes. No caso da redação, porém, os critérios são os mesmos do antigo Enem, que vigorou até 2008. Diferentemente de um exame comum, a nota do Enem em cada área não representa simplesmente a proporção de questões que o estudante acertou na prova. Em cada área avaliada, a média obtida depende, além do número de questões respondidas corretamente, também da dificuldade das questões que se erra e se acerta, e da consistência das respostas. Por isso, pessoas que acertam o mesmo número absoluto de itens podem obter médias de desempenho distintas.

"Testadas antes da prova, as questões ganham um peso que varia de acordo com o desempenho dos estudantes nos pré-testes - quanto mais alunos acertam uma determinada pergunta, menor o peso que ela terá na prova porque o grau de dificuldade é supostamente menor", explica o MEC em nota oficial. Na escala construída para o Enem, dentro de cada uma das áreas avaliadas, a nota 500 representa a média obtida pelos concluintes do ensino médio que realizaram a prova (excluídos os egressos e treineiros). Portanto, quanto mais distante de 500 for a nota do estudante, para cima, maior o desempenho obtido em relação à média dos participantes. Mesmo raciocínio vale para desempenho menor que 500, que aponta desempenho pior em relação ao obtido pela média.

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