Ensino à Distância ou Educação à Distância ?
Há duas semanas estamos falando aqui em nossa coluna sobre Educação à Distância. Primeiro, mostrando ser a EAD uma excelente oportunidade para aqueles que não têm condições, sejam elas econômicas ou de transporte, de se deslocar até escolas, faculdades e universidades e que também possibilita a aprendizagem de um número maior de pessoas. Depois, destacamos mitos e verdades que envolvem o assunto. Esta semana, discutiremos, de forma um pouco mais conceitual a respeito desta modalidade de ensino, por vezes designada erradamente de ensino à distância, que permite que o aprendiz não esteja fisicamente presente em um ambiente formal de ensino-aprendizagem, assim como, permite também que faça seu auto-estudo em tempo distinto.
A interligação (conexão) entre professor e aluno se dá por meio de tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet, em especial as hipermídias, mas também podem ser utilizados os Correios, o rádio e a TV, entre tantas outras tecnologias existentes. Na expressão ensino a distância a ênfase é dada ao papel do professor (como alguém que ensina a distância). O termo educação é preferido por ser mais abrangente, embora nenhuma das expressões, segundo alguns especialistas, seja plenamente completa.
O desenvolvimento da EaD pode ser descrito basicamente em três gerações, conforme os avanços e recursos tecnológicos e de comunicação de cada época. Na primeira geração, o ensino por correspondência, caracterizada pelo material impresso iniciado no século XIX. Nesta modalidade, por exemplo, o pioneiro no Brasil é o Instituto Monitor, que, em 1939, ofereceu o primeiro curso por correspondência, de Radiotécnico. Em seguida, temos o Instituto Universal Brasileiro, atuando há mais de dezenas de anos nesta modalidade educativa no país.
A segunda geração veio com a Teleducação e os Telecursos, com o recurso dos programas radiofônicos e televisivos, aulas expositivas, fitas de vídeo e material impresso. A comunicação síncrona predominou neste período. Nesta fase, por exemplo, destacaram-se a Telescola (Portugal) e o Projeto Minerva, no Brasil. A terceira geração nos apresentou os ambientes interativos, com a eliminação do tempo fixo para o acesso à educação, a comunicação é assíncrona em tempos diferentes e as informações são armazernadas e acessadas em tempos diferentes sem perder a interatividade. As inovações da World Wide Web possibilitaram avanços na educação a distância nesta geração do século XXI. Hoje, os meios disponíveis são: teleconferência, chat, fóruns de discussão, correio eletrônico, blogues, espaços wiki, plataformas de ambientes virtuais que possibilitam interação multidirecional entre alunos e tutores.
Na educação à distância, mudam completamente os papéis do aluno e do professor, conforme acontece há muitos anos dentro das salas de aula e com os quais estamos muito acostumados. Nesse processo de aprendizagem, o orientador, ou tutor, atua como "mediador", isto é, aquele que estabelece uma rede de comunicação e aprendizagem multidirecional, através de diferentes meios e recursos da tecnologia da comunicação, não podendo assim, se desvincular do sistema educacional e deixar de cumprir funções pedagógicas no que se refere à construção da ambiência de aprendizagem. Esta mediação tem a tarefa adicional de vencer a distância física entre educador e o educando.
Já o aluno, deverá ser auto-disciplinado e auto-motivado, para que possa superar os desafios e as dificuldades que surgirem durante o processo de ensino-aprendizagem. Atualmente, a educação a distância possibilita a inserção do aluno como sujeito de seu processo de aprendizagem, com a vantagem de que ele também descobre formas de tornar-se sujeito ativo da pesquisa e do compartilhar de conteúdos.
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